Um blog em todos os sentidos, com umas coisas escritas por Leonardo Vinhas. Tudo que representa o presente e reflete o passado, sem vaticínios futuros.

Sunday, October 15, 2006

Reprocessando

Não tem a ver com a quantidade de álcool que eu ingiro ou com drogas que eu consumo (coisa que há muito tempo não faço, diga-se). Nem mesmo com o tesão que lateja no sul desse país já habitualmente Baixo, segundo a moral vigente, até porque se eu escrevesse um texto decente a cada ereção, eu já teria material para umas quinze edições de capa dura (trocadilho infame involuntário).
Tem a ver com os lugares que eu freqüento, com as coisas que eu leio, com as músicas que ouço, com as pessoas que eu falo e – principalmente – com o que eu faço a partir de tudo isso. Porque é aí que eu começo a pensar, sentir e vivenciar coisas diferentes. Arriscar mesmo, saca? Sair da mesmice do fim-de-semana em casa, do trabalho mediocrizante, da vaidade burguesa incômoda. Ver que não morri, que algo ainda pulsa nessas veias que não apenas a pressão arterial.
Sentia falta disso. Muita falta. Só que não conseguia achar minimamente decente nada que eu escrevia. Não achava valor em nada do que eu fazia. Sempre fui dessas fases, mas felizmente elas chegam ao fim. Aí vêm os momentos em que eu produzo, e infelizmente eles também chegam ao fim. Sei lá se um dia eu vou equilibrar esse yin-yang da vida literária-real. Só sei que eu gosto de tentar. De arriscar e ver algo sendo criado. Rascunhar, tentar alguma coisa. Porra, eu não sou um gênio, preciso rabiscar, trabalhar, apagar, fazer muita coisa para poder criar algo. Não sei bem porque, mas arriscaria dizer que é porque gosto de escrever. Porque quero ser escritor. Porque é uma coisa que me dá um puta gás, um grande motivo para viver.
Sei que tem gente que vive por outros motivos, outros mais nobres, outros menos. Mas eu não me comparo com os outros. Me comparo comigo mesmo. E ultimamente, estou com uma vontade de escrever muito maior que antes. E estou muito mais feliz por causa disso.
No
Ficção Autobiográfica, escrevia o que queria, mas representando um certo período que já foi, e querendo, de certa forma, que desconhecidos viessem e lessem o que tinha a escrever. Hoje, sento em frente ao micro para escrever para mim mesmo e para os amigos. Parece ser mais prazeroso, proveitoso e desencanado. Narcisismo de cu é rôla.
Eu ia batizar esse blog de “Sangre Roja”, devido ao lado meio “latino” que eu contraí vivendo na Tríplice Fronteira (e também por causa de uma música dos argentinos Intoxicados), mas desisti, porque o sangue de todo mundo é vermelho, não importa em qual idioma isso seja dito. Então decidi batizar com meu nome mesmo. Porque é um blog temporário, como temporário é tudo que eu faço.
Atualizações erráticas, muitos erros, muito rascunho e uma certa força de vontade. Um monte de idéias, nem todas boas ou bem resolvidas. Mas tinha que começar de algum lugar. Vamos ver aonde vai.
Se alguém tiver algum problema postando comentários, me escreva em
lvinhas1@yahoo.com.br que eu dou um jeito de realocar isso aqui. O importante é ter os amigos por perto.
Abraço,

4 Comments:

Blogger André said...

Existem várias opções de blogs: a primeira é xavecar mina (posts diarinhos estilos "estou tão sozinho hoje", que na verdade disfarçam um "não tem nenhuma vadia aí a fim de chupar meu cacete?"), a segunda é querer ser contratado pela folha (resenhas escrotas na linha da set e showbizz, comportadinhas, com revisões de ortografia e concordância)... e existe o blog pra expor opniões muito pessoais sobre o mundo externo (não o interno), sem revisões e com erros de gramáticas, como o meu. Acho que o seu se encaixa aí também. E com um puta adicional: MANTER OS AMIGOS POR PERTOS. Essa foi digna do grande amigo que vc é. Welcome back!

12:45 PM

 
Blogger fernando lalli said...

Bom revê-lo [ou melhor, relê-lo] pela net, bróder!

Quanto ao TCC, eu temia mesmo que ele ficasse "mitificador". Mas não tem jeito. Não tenho talento para escrever da forma "simples" que aqueles caras tem um talento diferenciado - que é justamente o que me levou a usá-los como objeto do projeto [isso dá música do Arnaldo Antunes!].

Usar o poder das palavras sabiamente é coisa para poucos.

Abraço, meu caro!

[P.S: Que história é essa de "em breve, ao vivo?" Se vai vir pra cá, tem grandes chances de participar de grandes festas no próximos dois meses.]

6:42 PM

 
Blogger André said...

cadê? quero mais!!
se fodeu!!

5:40 AM

 
Blogger Meteoro said...

ao som de 'cacophony', do 'karate', venho dizer que estou com saudades do meu amigo que gosta de viajar sem grana. de certa forma, o que escreveu fagocita o que você disse. e causa saudades.

não suma, rapaz.
abraço!

12:04 PM

 

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