Um blog em todos os sentidos, com umas coisas escritas por Leonardo Vinhas. Tudo que representa o presente e reflete o passado, sem vaticínios futuros.

Wednesday, October 18, 2006

Arrependimentos

Penso não estar enganado sobre isso (minha memória me trai às vezes), mas acho que foi o Jorge Cardoso quem escreveu algo assim (aspas imprecisas):
“Acho curioso aquelas pessoas que falam que não guardam nenhum arrependimento e, se pudessem viver a própria vida novamente, fariam tudo de novo. Porra, eu tenho arrependimentos pra caralho! Me arrependo de muitas coisas que fiz, brigas que entrei, relacionamentos que tive, coisas que não fiz, lugares que não fui” e seguia enumerando e esclarecendo algumas coisas, nesse mesmo espírito.
Eu também não seria tolo, nem teria vontade, de viver toda minha vida novamente. Pularia vários capítulos, mudaria outros, faria tudo diferente. Teria arrumado mais brigas, teria saído de muitos lugares e muitas situações antes de ouvir muita besteira que só me deformou, teria mandado um número considerável de pessoas tomar no cu, teria evitado de xingar ou ofender pessoas que queria bem por motivos puramente egoístas e/ou impetuosos. Teria bebido menos em algumas noites, mais em outras, experimentado drogas antes, largado certos vícios, passeado um tanto mais. Teria feito um monte de coisas “antes”, outro tanto “depois” e outras simplesmente não teria feito, em resumo.
Só que isso não volta mais. E ninguém vai me dar essa chance. Mas – cacete! – me arrependo também de muitas coisas que faço. De coisas que digo e continuo dizendo, sobre as quais deveria ter ficado de boca fechada; de mentiras convenientes, que mantenho ou invento para evitar encrenca; de pessoas que mantenho por perto e outras que deixo à distância. Caramba, até de algumas coisas que eu como constantemente eu me arrependo, e não estou falando de neuroses dietéticas aqui!
Porque eu não mudo isso é assunto meu e não está aberto à discussão. Mas somos feitos de erros, ao que parece. Na nossa cultura do “loser”, do “segundo lugar”, o erro parece nos definir com mais precisão que o acerto. Tanto que eu vivia olhando para eles antes. Só para eles. E isso me levava a essa “revisão constante” que eu descrevo lá no terceiro parágrafo. Talvez deva olhar mais pros acertos, não pelo lado “Lair Ribeiro” da coisa, é lógico. É só para ver se eu mando os erros de sempre pra puta que o pariu.

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