Um blog em todos os sentidos, com umas coisas escritas por Leonardo Vinhas. Tudo que representa o presente e reflete o passado, sem vaticínios futuros.

Friday, November 03, 2006

Sobre não comer carne de vaca

Desde que aderi, com alguma relutância, à ordem dos monogâmicos, vivo no iminente risco de me enredar na pasmaceira na mediocridade que essa escolha atrai. E às vezes me pego pensando se tomei a decisão certa. É incrível como alguns quadrúpedes (chamar de “vaca” seria um desrespeito ao inocente animal) fazem questão de demonstrar que sim, com uma veemência assustadora.
Não que eu precise saber que as outras são tranqueiras para poder ficar feliz com a minha. Sou raso, mas não a esse ponto. É que algumas pessoas me dão motivo de sobra para crer que, se não tivesse namorada, viveria uma vida monástica e celibatária. Senão vejamos:
- garotinhas de cabelo escovado, blusinhas rosa de alcinha, sapatos de salto alto e rosto maquiado, que saem para “baladinha” em lugares onde rola a insuportável gosma amorfa e desarmônica conhecida como “dance music” (e onde às vezes tocam bandas que fazem cover de Jota Quest e Armandinho... sim, meus amigos taubateanos, existe Mutley em todas as partes desse mundo). Essas têm uma conversa tão autêntica e profunda quanto sua “beleza”, que por sua vez é forjada à custa de produção e ditames de moda. A conversa segue esse mesmo naipe. Algumas delas já são até meio velhinhas, mas continuam se portando como garotinhas.
- garotinhas sem um mínimo milímetro de pança, obcecadas com cultura física, dietas e quejandos. Às vezes, tal corpo vem de uma benesse genética, o que torna a coisa toda bem pior, já que as moçoilas daí espezinham as “amigas” que não conseguem ter a cinturinha fina o suficiente para ser deformada em calças de cintura baixa.
- piranhas (já disse, me recuso a usar “vacas”) que são um misto dos dois tipos acima, com uma ou outra característica diferenciando-as. Do tipo que gosta do que elas chamam de “vida loca” (sem u mesmo). Essas são as piores. Costumam arrotar com orgulho sua resistência ao álcool, sua falta de opinião (expressa em palavras de ordem tipo “não gosto” e “não suporto”), sua suposta libertinagem (não dão metade do que dizem dar, e vivem caindo apaixonadas pelo primeiro otário que lhes dá o merecido tratamento canino), alardeiam sua “amizade” com suas semelhantes, a qual sempre é quebrada por ciúme ou inveja em ruidosas brigas, e vivem metendo seus bicos coberto de batom caro na vida alheia – sem terem sido convidadas a tanto, logicamente. Essas não agüentariam uma noite dentro de uma vida verdadeiramente louca, desregrada e despudorada. Agüentariam menos tempo ainda em um ambiente onde predomine lealdade e sinceridade.
Os tipinhos continuariam, mas esses três descritos acima servem como grandes baldes para jogar a massa disforme que o mulherio vem se tornando. Não que os homens estejam muito melhores. É que eles não me interessam. Meus amigos me interessam. Minha namorada também. Não preciso compará-la para ficar feliz com ela. Mas como disse, acho que a chance de uma vida monástica seria grande se eu estivesse solteiro.

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