Um blog em todos os sentidos, com umas coisas escritas por Leonardo Vinhas. Tudo que representa o presente e reflete o passado, sem vaticínios futuros.

Saturday, April 07, 2007

300

Filme ruim. Poderia gastar linhas e linhas de mau humor para descrever esse filme horrível, adaptado de uma série que já não era textualmente muito brilhante nos quadrinhos. Mas os abusivos R$ 10,00 do cinema até que valeram graças ao espetáculo da idiotia humana que é um cinema cheio de jovens e adolescentes num domingo à noite.
Barulhos de sacos de salgadinhos sendo rasgados, visores de celulares acesos o tempo todo, alguns idiotas atendendo aos amiguinhos, gente levantando no meio das batalhas para comprar junk food e os comentários propagandeando o “filmão!” na saída compuseram uma cena de diversão sui generis, uma daquelas confirmações que o Apocalipse se aproxima e não vai ser pelo fogo e enxofre, e sim pela nossa própria idiotice. Mas vá lá. A humanidade faz por merecer.
O filme? Música melodramática e cafona, personagens profundos como uma tupperware, incorreções históricas aos montes, diálogos de “mano” em plena Grécia Antiga, um conquistador andrógino (Rodrigo Santoro queimando o próprio filme), uma cena de sexo que decepcionaria os espectadores da finada Sexta Sexy, militarismo burro (existe outro tipo?), efeitos especiais que transformam rinocerontes em mamutes pré-históricos e elefantes em criaturas maiores que prédios comerciais, deformações exageradas, tentativa forçada de inserir o sobrenatural e uma cena com um oráculo que mais parece um comercial de Seda Xampu soft porn. A tentativa de recriar as cores de Lynn Varley (a única coisa realmente boa da série original de Frank Miller) é menos que válida. Zack Snyder não é Robert Rodriguez, que com Sin City conseguiu transformar uma historinha chinfrim em um filmão de visual alucinante. Devia ter ficado com filmes de zumbi tipo Madrugada dos Mortos, que tava bom demais para o currículo dele.
E sou só eu, ou tem mais gente aí que acha que esse negócio de cenários digitais tá deixando o cinema com cara de jogo para computador? Uma das coisas mais legais da sétima arte sempre foi o esforço para tornar mundos antigos e/ou imaginários críveis para nós. Mas durante toda a projeção, fica aquela sensação de wallpaper de PC.

Neguinho sai do cinema com essa cara depois de um filme tão ruim.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Na última vez em que fui ao cinema [para ver com a sra. Lalli uma bobagenzinha divertida chamada "Letra e Música"], tinha grupos [mais de um] de menininhas tirando fotos de si mesmas NO MEIO DO FILME. Com flash, claro.

Depois eu é que sou ranzinza.

1:15 PM

 
Anonymous Anonymous said...

Hahaha! Leo, vc é ótimo.

6:30 PM

 
Blogger Unknown said...

Apesar de todos os pesares, da sensação artificial nas cenas, das desproporções, incorreções e anormalidades, eu gostei muito do filme. Talvez eu o tenha visto por outro ângulo, ou com outro ânimo, ou mesmo, porque talvez eu seja apenas mais um idiota.

6:02 AM

 

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