Um blog em todos os sentidos, com umas coisas escritas por Leonardo Vinhas. Tudo que representa o presente e reflete o passado, sem vaticínios futuros.

Monday, March 12, 2007

Epopéia

Semana com os que mais amam e mais me aceitam (família), decepções profissionais, ligações telefônicas carregadas de emoção, sorrisos sinceros, ônibus para São Paulo. Lá, cerveja empurrada a contragosto só para bater papo com um irmão de coração, DVDs piratas de presente, metrô, táxi, a presença dos caras do La Carne e do Wellington, mais uns guris do tipo “já-os-vi-antes” (e tinha visto mesmo), van para Curitiba, estrada ruim, motorista bem-intencionado e perdido, parada na estrada num bar cheio de tiazinhas de voz aguda e seres do tipo “certo, mano” (favor caprichar no sotaque malaco), quase dormir no ombro de um guitarrista, chegada em Curitiba, acolhida familiar a cargo de Carlão (OAEOZ e Folhetim Urbano) e sua indômita esposa Patrícia.
Acolhida boa, uns bodeando nos colchões, outros (eu no meio) falando mal de todo mundo. Macarronada, amigos, mais macarrão, cervejas, o querido irmão Renato Zubek e sua linda esposa July acompanhados do sorridente e assustado João Pedro, a criança mais linda de Curitiba. Voltamos pra van, uma maratona interrompe nosso caminho, nos fazendo lembrar dos Trapalhões e fazer piadas para as câmeras do Hierofante Púrpura, hegamos ao local do show.
Vou pra casa de Rubens K (Terminal Guadalupe, Íris, This Charming, Band, escritor, amigo, pessoa que tem muito a dizer) e durmo. De lá, pro show. OAEOZ toca “Dizem” e ótimas músicas novas, o baterista Hamilton de Lócco segura um pouco o ritmo de uma delas, mas as outras são lindas, ainda que um pouco tristes demais. Vamos encontrar a esperança, Ivan! Depois, ruído/mm, um grande impacto, um Hurtmold uitarreiro, um show serpenteante, Hierfoante Púrpura ainda tem muito que aprender, mas é bem melhor que o Fud e agradeço a gentileza dos caras não terem me batido nem me sacaneado depois dos comentários pouco lisonjeiros que escrevi no Scream&Yell. Não era pessoal, moçada. Fico feliz que vocês entenderam. Não é para ser pessoal mesmo.
La Carne, “Blues dos Seus Absurdos”, “Dândi” e “TGP” matando a pau. Eu não fico mais de cueca no sofá esperando Godot, mas eles ainda são o melhor show do Brasil. Eu ainda viajo em “Jukebox”, ainda danço ao som de “Bom Dia, Barbárie”, ainda choro com “Viaduto do Sol”. Eu ainda perco inibições no show do La Carne. Eu nunca terei agradecido o suficiente aos caras, pela música, pelo companheirismo, pelas lições de simplicidade. Em especial ao Carlinhos, pela ajuda e dedicação. Mas sempre tentarei.
Madrugada, contemplativa, voltamos pra casa do Carlão. Todos se deitam, eu tento cochilar. Eu e Linari falamos sobre artistas radiofônicos dos anos 80 (Thompson Twins, Eurythmics, Noel, Information Society), os paulistas se despedem, eu fico ouvindo o Carlão tocar violão. Ele vai dormir, eu brinco com os cães, assisto os DVDs que me haviam sido dados de presente duas noites antes, gosto e faço o Carlão rir. Lavo a louça, assisto a gravação do show de lançamento do Cativeiro, do Folhetim Urbano. A Patrícia acorda e vai cuidar da casa. O Carlão vem me entreter, e falamos de coisas sérias e graves. Ele me convida para almoçar. Comida excelente, gentileza acima de qualquer suspeita. Conheço a família dele, revejo pessoas queridas. Um pulo na locadora, sugiro uns filmes, mais conversa boa.
Um outro amigo chama pelo telefone, hora de deixar a casa da família Zubek, não sem antes travar uma marcante conversa pelas ruas de Curitiba a bordo do Zubekmóvel. Me emociono na hora de despedir-me, mas não demonstro muito.
Acolhida suave na casa de Rubens K e sua gentil esposa Rosi Guilhem. De lá pro ensaido do “Morphíris” (se você não conhece, só posso lamentar). Cansado, durmo do lado de fora do estúdio. Um telefonema triste e a volta para a casa que não é minha mas me acolhe. Sono.
Depois de tudo isso. se eu não despertasse feliz, seria um tremendo de um miserável, um crápula mesquinho. Mas acordei feliz. Como estou até hoje.

4 Comments:

Blogger Unknown said...

Léo

Não posso te chamar de outro nome, mas sinto a tristeza em torno de você, se cuida, a vida é feita de derrotas também e temos que estar preparados para tudo, tudo mesmo!
Eu também quero agradecer a todos que estão ao seu lado te hospedando, sei que meu namorado vai voltar inteiro, e melhor está com uma disposição para escrever, parabéns pelos textos.
Beijos.

3:46 AM

 
Anonymous Anonymous said...

O escriba on-the-road Léo Vinhas. Cara, foi muito préza tua companhia e brodagem nessa trip. Espero que nos trombemos logo pra mais idéias e quiz de coisas trash dos oitenta. Te cuida meu velho!

5:53 AM

 
Blogger André said...

é istodaí. cerveja a contragosto é o que acontece há um ano.
rapaz, ve logo esse dvd do wilco e posta algo a respeito. provavelmente vai ser um textão! abs, e depois conta como foi o lance do trampo na melhor cidade dessa merda de país.

7:13 AM

 
Blogger Túlio said...

showzacos pelo jeito! saudade de curitba!

2:22 PM

 

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