Um blog em todos os sentidos, com umas coisas escritas por Leonardo Vinhas. Tudo que representa o presente e reflete o passado, sem vaticínios futuros.

Saturday, April 07, 2007

Em estúdio

Bandas boas dizem prometem lançar discos esse ano.

Terminal Guadalupe – A Marcha dos Invisíveis é, indubitavelmente, o melhor disco dos curitibanos. A coisa pendeu para o rock’n’roll, esse gênero meio em desuso. O disco foi gravado e mixado na Toca do Bandido (RJ) por Tomás Magno, e o material que eles disponibilizaram no MySpace me fez entender o que o Rubão queria dizer quando repetia que “a rapaziada se esforçou mas o disco não ficou como a gente queria”, para se referir ao antecessor, Vc Vai Perder o Chão. As guitarras aqui soam como nunca soaram em um disco do TG – há riffs!! Com as letras meio em segundo plano, é um álbum “de vida duração” (nas palavras acertadas do Dary Jr.) que ressucita aquela recomendação “ouça bem alto”. Pena que nunca vai sair em vinil.
O tal papo – recorrente – se eles vão “estourar” ou não fica para uma outra ocasião. Chegaram a ser destaque na Veja, mas quem de nós, fãs, se importa mesmo com isso? Se estourarem, ótimo, vai ficar mais fácil ver um show dos caras aqui em Foz. Se não, bom... eu não vou deixar de gostar da banda por nenhum desses dois motivos. Mas ainda acho que “o” disco do TG será o próximo.

La Carne – “Um dia sai”, disse Wellington Dias, do selo Gramophone e misto de manager, fotógrafo, divulgador e amigo dos caras. O registro sonoro deve seguir o padrão dos anteriores e a julgar pelas faixas ouvidas no show em Curitiba – “TGP”, “Blues dos Seus Absurdos” e “Dândi”, mais uma outra cujo nome não me recordo – deve seguir o padrão de qualidade do álbum de estréia, La Carne (1997). Ou seja, outro clássico a caminho. O som que só o La Carne sabe fazer (e repito: só eles), mas com aquela pegada redonda e até meio pop, por assim dizer. Linari voltou a cantar alto como só ele sabe. Roga-se que ele não destrua suas valorizadas pregas (opa!) vocais antes disso.
Segundo o critério Rolling Stone magazine (“tem dez anos de carreira e/ou lançou três discos, já é clássico”), eles entraram para o panteão. Mas honestamente, La Carne é um som à prova de cuzões e clichês. Há muita gente (indies assumidos e não-assumidos, por exemplo) que costuma não gostar da banda. Azar deles.

The Vain – A próxima cepa virulenta que contagiará as mentes e corações da juventude mundial sairá de Taubaté, SP. The Vain é a perfeição das equações matemáticas epicêntricas e baricêntricas convertido em boa música pop. E se Deus permitir e o Bruno Botossi tiver corrigido aqueles deslizes nas letras, eles superarão o Coldplay na preferência das garotinhas, e todos terão droga e sexo de sobra, antes de se auto-imolarem na própria soberba. Mas se nada disso acontecer e o disco-basílica Let Them Come for finalmente lançado, está de bom tamanho. Segundo o mesmo Botossi, só falta terminar de gravar as guitarras do Fabio Figueira, que aparentemente vive se esquecendo de ir ao estúdio. Até o presente momento, o disco gravado no estúdio & bar Hocus Pocus (São José dos Campos, SP) já registrou as presenças convidadas de Emerson Deniz (baixista do Elegia, respondendo aqui pela viola erudita), Vivian Cunha (a melhor cantora desconhecida do Brasil, junto da minha amiga blueseira Ana Lucia) e do próprio produtor Marcelo Dangelo (também do Elegia).
Will they come? É esperar para crer. Oremos.

OAEOZ – Ivan me mostrou umas demos quase prontas. Reduzido a um quarteto (André Ramiro escolheu se dedicar aos projetos Índios Eletrônicos e ruído/mm, também mui recomendáveis), o som ficou ainda mais folk. As letras estão no meio termo entre a esperança fugidia e o desalento completo. Com o Carlão cantando, estabeleceu-se uma dualidade de estilos vocais que –espero – pode ser aproveitada para um jogo de vozes bem interessante. Estão gravando e mixando em estúdios caseiros e sairá apenas pela internet.
Uns boçais, eu inclusive, escreveram umas abobrinhas chamando a banda de “progressiva” na época do Às Vezes, Céu. Não procede, nunca procedeu.

McQuade – O antes trio, depois quarteto, agora trio de novo vai lançar Chinese Democracy este ano e... Ops, não é bem esse o título, mas o André (Pagnossim, vocalista e guitarrista) garantiu que até o fim do ano sai o sucessor de Meu Mundo Perfeito (2002), disco em que a qualidade das canções foi inversamente proporcional à qualidade sonora do produto final. Parece que dessa vez eles estão melhor assessorados em termos de produtores e afins, embora eles continuem sem traquejo nenhum para “fazer social” com as “pessoas certas” e “vender seu produto”. É um pecado que “Hippies Let’s Go!”, “Meu Mundo Perfeito” e “Dia de Casar” não tenham virado hits de uma geração. Para esse disco novo, sem título ainda, devia rolar uma regravação dessas daí (e até de outras, por que não?) para corrigir a injustiça. Das faixas que vão entrar nesse disco novo, conheço só a wanderwildneriana “Casa Vazia” (disponível para download aqui). Há uns dois anos, ouvi umas demos que não sei se vão entrar ou não. Tudo coisa fina, com uma grande influência de country rock, mas para o lado mais “contemplativo” da coisa. Leva a aprovação desse velho ranzinza.

Deve ter mais gente boa aprontando discos bons por aí. Se souberem, me avisem.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

OAEOZ: "Uns boçais, eu inclusive, escreveram umas abobrinhas chamando a banda de 'progressiva' na época do Às Vezes, Céu". Mas, vem cá, eles deram motivo:

http://www.youtube.com/watch?v=hqK3zCwqVZo

Nesse caso, um maravilhoso motivo, do qual - você se recorda bem - fomos testemunhas oculares.

The Vain: Ouvi algumas músicas novas, em ensaio e no show da última sexta, que me deixaram boquiaberto. Mal posso esperar pra ver como que esse disco vai ser recebido por aí.

La Carne: Se sair algo do nível que estava quando eu pude acompanhá-los em ensaios no meio/final do ano passado, já leva o FLMA [Fernando Lalli Music Awards] de melhor disco de 2007 por antecipação.

Seamus [puxando a sardinha, hehe!]: Você será um dos primeiros a receber o nosso quando ficar pronto. No mais tardar, em julho.

Abraço, Léo!

1:08 PM

 
Anonymous Anonymous said...

tem sim, o cd da "Tempo Instável", banda do Bortolotto. abraço, brother.

8:30 PM

 
Blogger Túlio said...

quero só Ouvir esse The Vain aí... o Bruno tá sempre muito empolgado. oremos.

7:41 AM

 

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