Polaróides do rock

Polaróides sobre o que as pessoas chamam de rock hoje em dia:

Sabendo do meu desapreço pelo repertório das bandas cover em geral, o pessoal de Foz do Iguaçu começa a me falar insistentemente de uma “muito rock’n’roll”, que, nas palavras dos meus supostos amigos, eu ia “gostar pra caramba”: um tal de Los Kalas. Movido pela curiosidade (essa, oriunda da insistência), vou a um show deles. Primeira música: “I Want To Break Free”, do Queen. Ao ver minha cara de pneu murcho, eles sentenciam, para me animar: “calma, essa não é a melhor. Você tem que ver eles tocando Bee Gees”.

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Uma aluna me traz um CD para eu ouvir. “Como você gosta de rock, teacher, achei que tem tudo a ver com você”. O CD em questão? O primeiro do Emmerson Nogueira.

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Paraibuna, SP, 2004. Um guia ambiental me acompanha numa caminhada até o Mirante dos Remédios. Depois de falarmos mal de patricinhas, forregueiros e afins, estabelecemos um irmanamento oriundo do prazer do preconceito comum. Aí ele me diz que, quando sai de jipe (jipes são comuns no local), não entende como tem quem escute reggae num passeio desses. “Tem que pôr um rockão, cara! Eu não sou que nem esses cuzão, já fecho os vidro e toco um puta dum rockão bem alto! Pra dirigir, ou pra festar, só rock! Desses bem fodido”.
“Ah, é?”, respondo, “umas parada tipo AC/DC, nénão?”
(expressão de “hãn?” por parte do meu interlocutor)
Tento: “Sei lá... Led Zeppelin? Ramones? Motörhead?”
Ele: “Não, Dire Straits, pó!”

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Chamada do telejornal Band Notícias: “O Presidente rock’n’roll: Lula posa com a guitarra que ganhou dos Rebeldes para o Programa Fome Zero”.