Um blog em todos os sentidos, com umas coisas escritas por Leonardo Vinhas. Tudo que representa o presente e reflete o passado, sem vaticínios futuros.

Friday, November 10, 2006

O menino de kichute

(...) nos textos do Márcio há outro tipo de Deus, algo que eu não sei explicar, mas que pelo menos não me incomoda. Eu cuido das minhas coisas e ele cuida das dele. O que me incomoda na religião é o ateísmo deles, o ateísmo cristão. O sujeito se diz atleta de Cristo, mas mente e usa violência, o outro é beato e sonega impostos, cruza sinal vermelho... Os cristãos em sua maioria são os grandes ateus porque eles sabem que o deus deles não faz porra nenhuma, não pune ninguém, eles acreditam mesmo é no diabo. Peça pra um cristão desafiar o diabo! Eles morrem de medo. Mas de Deus eles não tem medo, tão cagando e andando. Aí eles dizem que eu sou ateu. Vão se foder. Se foder, não, sifudê! Os cristãos inventaram um tipo de igreja onde não é necessário amar o próximo. Porra, não dá pra amar incondicionalmente o próximo, principalmente se entre estes próximos estiverem o Latino e a Preta Gil, então a igreja criou um rol de normas, rituais, datas santas, você cumpre tudo isto e está salvo, não precisa amar o próximo. Boa, né?”

Isso é Márcio Américo, autor de Meninos de Kichute, sendo entrevistado por mim no Scream&Yell. Só clicar aqui e conferir.

O que eu não digo no texto é que o Marcio é também um grande camarada, que me deu Londrina por presente quando eu fui lá. Sem me conhecer, tendo havido apenas o contato da entrevista (realizada há cerca de um mês), ele foi me apanhar na Rodoviária, me indicou um hotel bem massa e bem em conta, me ciceroneou entre grandes camaradas que pretendo rever (Agenor, Isaías, Vitor e mais gente do que eu posso me lembrar dos nomes, mas cuja conversa não vou esquecer). Não conto que o Marcio é um cara de um senso crítico agudíssimo, uma empatia tranqüila e contagiante, um humor sagaz e certeiro, que me atingiu em vários momentos e me custou a perceber. Às vezes eu me sentia lerdo diante do raciocínio do cara. Aí aprendi que é melhor só ouvi-lo. E se um dia puderem sentar para tomar um café com ele, sentado, só ouvindo, não percam a chance.

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