Um blog em todos os sentidos, com umas coisas escritas por Leonardo Vinhas. Tudo que representa o presente e reflete o passado, sem vaticínios futuros.

Monday, May 14, 2007

Leiam, leiam

Você já escreveu para praticamente todos os grandes jornais e revistas do país. Qual te motivou mais? Quais são as principais diferenças que você percebeu entre um e outro?
Escrevi para a Veja, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. O Estado é o mais conservador e lento nas mudanças, mas é um lugar mais razoável para se trabalhar - se você não fizer questão de escrever textos que não incluam a palavra "bunda", por exemplo. E eu faço. A Folha é mais friendly com textos esquisitos: a Ilustrada - e o extinto Folhetim - adquiriram essa reputação de caderno inovador nos anos 80. A geração de bons escribas foi-se, mas a paciência com 'enfants terribles' (verdadeiros ou não) ficou. A pressão do fechamento lá, por outro lado, é insana. E a Veja é o pior de dois mundos, horrível em todos os aspectos - um péssimo lugar para se trabalhar, e onde a exigência de homogeneidade no texto é ridícula. Aquela inteligência formal e direitizante, sabe? Eu brinco de chamar a Veja de "manual de instruções da vida para a classe média angustiada". Tem medo do funk carioca? Leia a Veja. Tem raiva do governo petista? Leia a Veja.


(...)

O que falta para o brasileiro médio começar a prestar atenção nos independentes?
Na verdade falta o brasileiro médio (risos). No Brasil, ou você é um zumbi da indústria cultural e é dos 99% que consomem Ivete sem restrições, ou é do 1% que gosta de alguma coisa bem barulhenta e insuportável. Até prefiro o segundo perfil, claro, mas falta boa música radiofônica, que é sinônimo de qualidade de vida, tanto quanto ar puro.


O entrevistado em questão é o jornalista brasileiro Alex Antunes. Íntegra aqui.

E de bônus, um dos melhores textos dele: Fofos no Inferno.

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