Um blog em todos os sentidos, com umas coisas escritas por Leonardo Vinhas. Tudo que representa o presente e reflete o passado, sem vaticínios futuros.

Saturday, December 08, 2007

The Police

Baura, vinho e sakê podem estar influenciando meu julgamento, mas estou diante do show do The Police e... bem, estou diante do Multishow exibindo o Police no Maracanã, mas você deve ter entendido (e se não entendeu, não estou em condições magnânimas de me importar. So lonely). Todo mundo sabe que sempre fui contra "shows de retorno", meras armações comerciais soterradas sob ares de "inspiração artística". Bandas indiealternativas voltando, em especial, me enchem de asco, mas cá estou, embasbacado diante de Sting, Copeland e Summers.

O que acontece? Acontece um power trio, três caras tocando (os poppers que me desculpem, mas estão tocando rock'n'roll - misturado com reggae pasteurizado, ritmos africanos para consumo em massa, mas sim, rock'n'roll) três caras que se dispuseram a ir além do óbvio. Tá, eles só tocaram sucessos e são coisas que poderíamos vagamente classificar como "eternas", não tem rico nenhum disso. Mas eles não precisavam estender "Roxanne" numa dub incrivelmente enfumaçada, não precisavam acelerar o andamento de "Every Breath You Take" ao ponto de virar uma coda. Poidam ter sessões de metais, teclados, backup singers e tudo o mais que tornam ridículas múmias anacrônicas como The Who, Rolling Stones e outros. Podiam bem ser um Stooges, dando o mínimo de um show business necessário para jmenter seu status de Hollywood stars. Podiam - porra - fazer um show óbvio e modorrento, mas eu, mísero e verborrágico viandante fronteiriço, estou sem palavras diante de uma banda que reinventa seus hits óbvios e, ao mesmo tempo, preserva exatamente aquilo que os fãs querem ver.

Eu tinha uma namorada indie que se surpreendia com meus discos do Living Colour, com meu hábito de ir para a praia escutando Paralamas e, principalmente, com minha discografia integral do Police. Não cabia em sua cabeça alimentada por idas à Outs e Funhouse. Compreendo a dúvida dela. E hoje, mais que antes, me apiedo dela.

What can I do? All I want is to be next to you.

Me capitulo. Valeu, Police! Pela TV e tudo, não foi emoção comprada. Foi emoção. Só.

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3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Não vi exatamente por medo desse requentamento reencarnatório... Agora vou tentar ver reprises, o Police foi uma das últimas bandas que realmente moveu minha distante adolescência, antes que os anos 80 começassem a me decepcionar com a música. Ah, sim, e perdi tb pq estava numa certa festa... fetichista (rs).

6:30 AM

 
Anonymous Anonymous said...

eu achei um puta show frio. abs.

6:09 AM

 
Anonymous Anonymous said...

Rubão, como eu disse, tinha "combustível" de sobra no meu corpo para me nublar o julgamento e posso estar equivocado, mas ainda prefiro a "frieza" de quem está tocando pra valer do que o carisma estudado de uns tantos aí, grandes ou não. Detesto shows com "iô-iô-iô", e olha que o Sting era mestre em fazer isso.
Além do que, na hora tava bom pacas, e isso é o que importa.

11:40 AM

 

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