Um blog em todos os sentidos, com umas coisas escritas por Leonardo Vinhas. Tudo que representa o presente e reflete o passado, sem vaticínios futuros.

Tuesday, November 27, 2007

Sobre Deus e sua relação com o amor

O amor é como Deus, uma coisa que todos desejam sentir e o experimentam só quando se induzem a tanto,e ainda assim, sempre julgam fazê-lo em parte.

Deus é “grande demais para que se possa conhecer”, mas há milhares, milhões talvez, que o dizem conhecer melhor que os outros e cobram ingresso para as portas de acesso a Ele que só eles detém. Como fazem alguns que dizem amar.

O amor é tão invisível quanto Deus, mas já se tentou dar inúmeras formas a ele. Todas, é claro, fracassaram.

Deus enviou seu suposto filho “a morrer por nós”, e só nos encontramos plenamente com Deus quando morremos. As grandes histórias de amor são tragédias, o amor se faz grande quando uma de suas partes já não mais está para poder continuar amando. Deus e o amor parecem depender da perda da vida para ter sua importância engrandecida.

Deus e o amor parecem impossíveis de serem reconhecidos em vida.

A Deus e ao amor nos queremos nos dedicar com grande intensidade em certos momentos, mas quando nossa relação com eles nos frustram, dizemos que o tempo foi perdido.

Para se desfrutar do amor de Deus, há que estar com ele integralmente, e professar esse amor todo esse tempo e de forma exclusiva. Aqueles que afirmam nos amar também tem por hábito e crença exigir essa mesma dedicação.

Deus fala ao coração dos homens e a Ele só o coração importa; do amor se diz que está nos corações. Mas o coração não fala e o cérebro muitas vezes renega aos dois, a Deus e ao amor. É o jeito do cérebro “se enganar” para permitir que Deus e o amor existam fora da razão, pois eles não são racionais.

Tanto Deus como o amor libertam, isso se diz deles. Mas muitos vivem escravos do que dizem amar, escravidão essa voluntária ou imposta.

Deus e o amor não podem ser integralmente compreendidos, mas já se gastaram mais palavras escrevendo sobre eles do que sobre qualquer outro coisa.

Diz-se que Deus está dentro de nós, mas não podemos encontrá-lo, e muitos passam a vida buscando por Ele em outros lugares. Nunca olham para dentro de si, assim como muitos são incapazes de amar a si próprios.

Os axiomas religiosos afirmar que não se conhece Deus sem amar a si próprio, mas deve-se amar a Deus mais que tudo e todos.

Toda a literatura tanto sobre Deus quanto sobre o amor dizem que você precisa abandonar a si próprio para conhecê-los, isto é, Deus e amor aceitam e acolhem a todos, desde que eles deixem de ser eles mesmos.

Deus está em todo o lugar, também o amor; Mas muitos brigam pela volúpia da exclusividade.

Aqueles que afirmam conhecer a Deus ou ao amor são violentos em sua crença e desprezam os que não o puderam conhecer, excluindo-se assim da caridade do primeiro e do desprendimento do segundo. O que só prova que, quanto mais ferrenho o “conhecedor”, mais falso seu conhecimento.

Tanto de Deus como do amor nasce vida, mas ambos se arrependem dela mais cedo ou mais tarde, como os que se enganaram no amor e o Senhor no dilúvio.

Aliás, tanto Deus como o amor são senhores dos que vivem por eles, algo no mínimo contraditório para coisas que se propõem libertadoras.

O encontro com Deus ou com o amor pode salvar uma vida, mas é certo que a busca por eles pode bem destruí-la..

Todos os sentimentos, por mais abstratos e abrangentes que sejam, encontram definição parcial mais que satisfatória em inúmeros idiomas. Sobre Deus e o amor pode se escrever tudo, pois deles não se definiu nada.

Longe do fim, mas encerrando por ora: de Deus e do amor fala-se tudo, mas a única coisa comum a quase todos é que ninguém é certo de que eles existem.

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