Um blog em todos os sentidos, com umas coisas escritas por Leonardo Vinhas. Tudo que representa o presente e reflete o passado, sem vaticínios futuros.

Tuesday, September 18, 2007

Top 3

Estávamos em uma festa na qual rolavam grandes vinis oitentistas (Smiths, Echo, PIL, Villeta de Outono, Talking Heads, etc) e todo mundo já estava ou meio alto, ou naquele estágio onde as “opiniões” saem com mais facilidade e menos censura prévia. A “fauna” era basicamente composta de professores, jornalistas e gente do teatro – ou no caso de alguns, como eu, gente que combina as três atividades. Ou seja, um povo que sempre achava que sabe mais que os outros. E todo mundo gostando muito de música.
Nesse estágio, o óbvio não tardou a acontecer e foi divertido. Começamos a elencar os piores discos e artistas nacionais que surgiram dos 90 pra cá. NX Zero, CPM e afins foram citados en passant, pois não tem graça chutar cachorro morto. Gente como Preta Gil e Latino nem entrou no ranking pela sua condição de hors-concours. Mas veio uma lista, e ficou mais ou menos assim:

PATO FU

“Puta banda paia, hein?”, disse um colega, baterista de uma banda igualmente “palha”, mas gente fina. Pato Fu é irritante demais, cara. Aceito quem venha defender que quando eles eram uma banda, eram até divertidos – eu sou um dos que costuma manifestar essa opinião. Mas depois que eles viraram o veículo da Fernanda – com aquela insuportável vozinha de menina-educada-e-gentil-que-todo-o-pessoal-do-escritório-gosta, aí não deu mais. Do Televisão de Cachorro pra frente, só se salva... se salva alguma coisa? Ah, tá, o riff de "Licitação", chupado do Nirvana, que já tinha decalcado de seqüências de acordes parecidos, feitos pelo MC5. Só isso. Ou você acha aquelas imitaçõezinhas de Super Furry Animals realmente boas? Ah, você não conhece o SFA? Não perdeu muito – mas saiba que eles são a maior “referência” Fu. Para não mencionar as tentativas risíveis de “se deixar influenciar” por Radiohead e bandas “sérias”.
Seus shows – seqüenciados, programados e “playbackados” – foram incessantemente lembrados, graças à sua assepsia. Seu ostracismo também – se eles tocam no decadente Farol da República, em Foz, é sinal de que tá valendo qualquer lugar. E claro que não deixamos de lado – ainda que comentando brevemente – sua ineficácia em aproveitar os benefícios do jabá que a gravadora pagou. Mas uma coisa eles sabem: fazer média com jornalistas. Duas vezes fui impedido de fazer menções jocosas a elas, em veículos diferentes, porque “a Fernandinha ia ficar triste” (um editor chegou a usar exatamente essas palavras). Ah, é, a dona Takai é formada em Relações Públicas... Tá explicado.

CHARLIE BROWN JR.

Café-com-leite. A única graça de falar mal do Charlie Brown é pensar que um dia o chorão pode querer vir dar um murro na sua cara – e se você não se chamar Marcelo Camelo, acredito que você conseguirá se esquivar ou mesmo revidar.
Vamos usar palavras alheias para resumir a coisa. À época do filme Cazuza, o jornalista Terence Machado escreveu mais ou menos assim: “Cazuza não é um grande filme, mas em tempos em que o maior sucesso do rock nacional diz ‘eu não sei fazer poesia / mas que se foda’, é bom ter quem nos lembre de um compositor como Cazuza. Pois é fácil mandar tudo à merda por não saber escrever poesia. Difícil é mandar tudo à merda escrevendo poesia, e isso Cazuza fez sua vida inteira”.
I rest my case.

MARCELO NOVA

Tá, esse admito que é uma implicância minha. Um dos presentes até o admira. Os outros simplesmente ignoram sua existência. Mas quem reclama de Velhas Virgens deveria se lembrar de “Silvia”. Mas podemos argumentar que é só uma piada machista, e piadas machistas podem ser divertidas. O duro mesmo é agüentar esse cara se arrogando a condição de “roqueiro” (coisa mais ridícula, um tiozão se preocupando com rótulos!), descendo a lenha em bandas cover, quando o Camisa de Vênus não passava de uma banda que recriava (sem dar o devido crédito), com letras sofríveis, refrões e até músicas inteiras de artistas consagrados. Rolling Stones, The Jam, Clash, Buzzcocks... a lista poderia continuar, mas pra que? Digam o que disserem, a única coisa minimamente interessante que esse cara fez foi sua filha Penélope.
E nem vamos mencionar o fato de ele ter se aproveitado de um moribundo Raul Seixas para se promover. Aí entramos no ramo da baixaria mesmo.
“Marcelo Nova? Ah, aquele cara que morreu amarrado no saco do Raul Seixas?”
(Samuel Rosa, na revista Showbizz)

Labels: , ,

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Chega a dar enjôo ver os três nomes juntos.

3:05 PM

 

Post a Comment

<< Home